Mas Londres é isto (2) - Uma pequeníssima amostra

Ao chegar ao término da minha estadia em Londres começa a natural nostalgia e a vontade de reviver os momentos únicos e especiais que esta cidade e as pessoas de cá proporcionaram…
Como pequeníssima amostra vou falar-vos alguns nightclubs que frequentei e algumas das suas particularidades…
É importante frisar que foi possível conhecer tantos e tão diferentes sítios graças ao grande Simão e aos contactos que criámos com a comunidade de Erasmus em Londres.




Matter
– Discoteca com capacidade para 1.600 pessoas, com um sistema de som inovador baseado no chão flutuante do Fabric, outra grande discoteca londrina, que vibra consoante os baixos da musica electrónica e house característica deste espaço.




Pacha London – mais uma filial da cadeia internacional Pacha, com a atenuante de termos um inside man, novamente o Simão, aka SIM, Dj residente lá nas últimas sexta-feiras de cada mês, e que sempre nos orientou para grandes noites de house music.



Plastic People – um cave escura onde a única luz é a da sinalização da saída de emergência mas onde o som é qualquer coisa de extraordinário. Pessoas diferentes e uma cultura de noite fabulosa.


Lightbox – Luzes do chão ao tecto, isto é, led lights que nos fazem sentir numa outra dimensão e elevam-nos ao imaginário.





V
endome – um género de nightclub hollywoodesco, onde só com guestlist e boa aparência se consegue entrar em tal local requintado e de elite.





Roof Gardens – entra-se por uma portada género hotel, sobe-se ao 6º andar, e chegados a mais uma discoteca exclusiva e refinada, onde jardins no terraço ao estilo marroquino, com uma vista fantástica sobre Londres, encaixam na perfeição com a decoração moderna dos espaços interiores.



Ficaram por falar: Ministry of Sound, Crystal, Zoo Bar, Metra, Yates, Mahiki, Barroque, Tiger Tiger, On AnOn, Jewel, Strawberry Moons, Sports Café, Café de Paris, Warwick, 1001, The Big Chill, 93 Feet East, entre muitos outros…

Recordações e Decisões


Existiram alturas na minha vida em que as minhas maiores preocupações eram juntar o dinheiro da minha semanada, os 200$ escudos, para comprar cartas Magic e não me esquecer de, antes de sair de casa, programar o video para gravar o episódio do DragonBall Z que iria dar quando já estivesse na escola.


Alturas em que tudo parecia esquisito e para os grandes se preocuparem.
TPC’s eram a maior chatice da vida, pareciam tortura e a invasão do meu tempo dedicado à brincadeira dos Micro Machines. Época dos Sugos e dos Bolicao’s serem tudo o que necessitava para me alimentar.
Os Push Pop eram para meninas, os rapazes à séria devoravam aquelas bolas brancas doces, gigantes e com rabiscos de várias cores, as chamadas Jaw Breakers, que só depois de grandes e demoradas batalhas, sucumbiam e finalmente desapareciam.
O Trinaranjus era obrigatório nas festas de anos na casa do(a) aniversariante e as músicas slow eram as mais pedidas. Dançar com uma rapariga significava colocar, gentilmente e a medo, as mãos na sua anca e deixar que ela, de braços bem esticados, entrelaçasse os dedos atrás do meu pescoço. O caso seria sério se mais que isso acontecesse.

Finalmente como hobbie desta vida atarefada existiam as colecções da Panini, das competições futebolísticas mais variadas e virtualmente impossíveis de completar sem ter que ir ao velho da Baixa, como que de um feiticeiro se tratasse, trocar 50 cromos por aquele jogador suplente do Gil Vicente que nunca ninguém tinha visto jogar.



Vida diferente a de hoje, mas mentiria se dissesse que, de vez em quando, não sinto vontade de voltar a esses tempos em que a minha vida era tão mais leve e despreocupada, sem ter de tomar decisões que vão definir o meu futuro…

Porquê das coisas? (1)

Primeira de muitas rubricas, na esperança de ser elucidado ou até iluminado sobre certas e determinadas atitudes que me ultrapassam.
Porque no meu Aquário há coisas que simplesmente não fazem sentido ou não têm nenhuma lógica racional e/ou emocional, porque outras não sei explicar e porque sou simplesmente curioso por natureza.
Como desassociamos pessoas dos seus cheiros e perfumes, ou das músicas que passaram quando estávamos a seu lado?
Cheiros percebo que seja algo carnal, é algo que quando encostamos a cabeça no seu pescoço, inspiramos, e seu perfume fica nos entranhado no nariz até ao dia seguinte.
As músicas o ouvido regista da mesma forma, “Ah, esta musica é a ...”, mesmo que seja só os seus 3/4 minutos, sempre que a voltamos a ouvir, essa pessoa aparece-nos na cabeça sem ser convidada…
Então como desassociá-los?! Como conseguir cheirar determinado perfume na rua ou ouvir determinada música na discoteca e não recordar aquela(s) pessoa(s)?
É que há poucos perfumes realmente bons e há músicas que passam muitas vezes em muitos sítios…

Mergulhem à vontade...

Mas Londres é isto! (1)

Acordo de manhã e levanto-me depois da batalha habitual do “Despacha-te Miguel senão perdes o comboio”, cumpro a higiene diária e tomo o meu copo de leite.
Saio de casa apressadamente, como sempre, e ao chegar à estação o meu comboio não tem plataforma designada ainda. Como faço todos os dias o mesmo roteiro decidi ver se na plataforma 1 ele estaria como é habitual.


Ao chegar às portas do comboio, tendo confirmado que era o meu, das escadas do metro desce um batalhão de gente com mochilas de acampar, sacos cama, provisões de guerra, etc… interpolei um casal jovem e perguntei “Where is everyone going?”, “Glastonbury” responderam-me “To an indie and dance music festival”… No comboio dois jovens falaram-me mais do festival e ainda brincaram com o facto de eu ir trabalhar e eles pá paródia.
Não é a parte do festival que me fascina, mas a abertura das pessoas nesta cidade para falar e conversar com um perfeito desconhecido curioso como se de amigo de longa data se tratasse. Quase que senti vontade de, mesmo só de portátil às costas, juntar-me a eles.
Uma manhã diferente, mas Londres é isto!

O Bicho lá mordeu

É com aquele medo, de miúdo de 5 anos, antes de saltar para dentro de água que começo este post.

Este é o primeiro post depois de um rebranding do blog e teria de ser dedicado obviamente ao principal responsável pelo sucedido – Tiago aka Nexis aka “aquele despenteado?” aka London Legend…
Será portanto uma dedicatória a roçar a mariquice mas, depois do que já partilhei com este jovem e que parte está relatado no seu, só de si, já famoso blog, O Pente de Despentear, era algo que tinha de ser feito.
Não escreverei tão bem como ele, nem tão eloquentemente, mas também eu irei buscar expressões eruditas para aqui largar as minhas parvoíces.
Nunca fui adepto da escrita, e muito menos da leitura, facto este de que não me orgulho mas “xou axim”, e depois de conversas, debates e argumentações o bicho lá mordeu manifestando-se em mim com o borbulhar de ideias e pensamentos que tinham de sair.
A dedicatória propriamente dita então, é agradecer-te, Tiago, porque deste muitas lições a este pobre jovem cheio de potencial, modéstia é para meninos, como por exemplo: couro adaptativo I, II e III; diplomacia aplicada e finalmente técnicas laboratoriais de evasão táctica.
Consegui adaptar-me e aproximar-me do estatuto real em que te enquadras e apresentar-me à altura para os voos sincronizados mais incríveis e fantásticos de que tenho memória.
Finalmente, aprendi e cresci imenso contigo, amigo e companheiro, sou diferente por tua causa, mais preparado e capaz para a vida futura.

Digo isto de lágrima a humedecer a lente de contacto.
Mudei de Aquário à tua pala!

Obrigado.