Saio de casa apressadamente, como sempre, e ao chegar à estação o meu comboio não tem plataforma designada ainda. Como faço todos os dias o mesmo roteiro decidi ver se na plataforma 1 ele estaria como é habitual.
Ao chegar às portas do comboio, tendo confirmado que era o meu, das escadas do metro desce um batalhão de gente com mochilas de acampar, sacos cama, provisões de guerra, etc… interpolei um casal jovem e perguntei “Where is everyone going?”, “Glastonbury” responderam-me “To an indie and dance music festival”… No comboio dois jovens falaram-me mais do festival e ainda brincaram com o facto de eu ir trabalhar e eles pá paródia.
Não é a parte do festival que me fascina, mas a abertura das pessoas nesta cidade para falar e conversar com um perfeito desconhecido curioso como se de amigo de longa data se tratasse. Quase que senti vontade de, mesmo só de portátil às costas, juntar-me a eles.
Uma manhã diferente, mas Londres é isto!
5 comments:
Volta mas é para a cama e liga a dizer WFH!!!!!!
Não concordo! Se isso acontecesse cá, acredito que as pessoas tivessem a mesma reacção. Ou vais me dizer que tu já viveste algo semelhante cá?
Eu não tenho razão de queixa e fico triste por ler o que li.
Ola Ana, antes demais obrigado pelo teu comentário. Eu comecei a escrever exactamente para poder conhecer opiniões diferentes da minha. E desejo ser muitas vezes provado errado. Por isso, não fiques triste.
Em todo o caso, esta história é só um exemplo daquilo que em Londres acontece todos os dias.
O facto prende-se de ser uma cidade com cerca de 14 milhões de habitantes e de entre as muitas pessoas que já conheci cá, só uma mão cheia eram londrinos(as). A maioria das pessoas é estrangeiro e existe uma grande mistura de culturas, o que provoca que as pessoas se tornem muito mais abertas e sociáveis em todos os contextos. Neste caso, sim, já vivi experiências do género em idas para festivais, mas a facilidade de fazer conversa é diferente.
Coloco-te uma situação: Imagina-te no metro, senta-se um rapaz ao teu lado e pergunta-te "Donde és?", que reacção terias?
P.S.- "se acontecesse cá..." Cá? aonde?
Miguel, eu não quero acreditar que as pessoas não são como eu.
Se no metro viessem falar comigo eu teria todo em gosto em responder.
Já fui tantas vezes ao bairro alto, com a minha amiga Ana, e nunca estivemos sozinhas. franceses, ingleses, americanos, colombianos, e até mesmo portugueses, que nos deram boas conversas e até nos pagaram o taxi.
Acho que depende muito da nossa disponinilidade mental e não do sítio.
Ou então sou eu que sou muito Patriota e não gosto que desvalorizem a Lisboa frick (!?) que nõs temos.
Miguel, já devias sabes de onde escrevo... que coisa...
- Estás a aquecer?
Olá de novo Ana,
Com certeza que há pessoas e pessoas... mas o que faz uma sociedade é a sua generalidade e as suas atitudes em mais comuns, penso eu...
E de facto sinto que aqui, em Londres, existe muito mais essa disponibilidade mental de que falas do que qualquer outro sítio onde já tenha estado... sim, incluindo Lisboa...
Acrescento ainda que quero então conhecer esses "franceses, ingleses, americanos, colombianos, e até mesmo portugueses" de que falas, visto que parecem ser pessoas com o mesmo comprimento de onda que eu.
Havemos de combinar uma ida ao bairro então...
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